ANTONIO Cavalca e Rosa Merisi

No dia 20/02/1865, na Comune di Bagnolo San Vito, Provincia di Mantova, Regione della Lombardia, Italia, nasceu ANTONIO Cavalca, primogênito de Paolo Cavalca e Leonilda Pesca. Batizado na mesma paróquia que seu pai, a de San Vito Modesto, viveu toda a sua infância e adolescência na Itália e quando seus pais resolveram deixar para trás a sua terra natal, imigrou para o Brasil, acompanhado de seus irmãos: Gaetano, Annunciata, Dina e Luigi. Os primeiros meses de adaptação ao Novo Mundo foram de grande dificuldade. Sofriam com as diferenças climáticas, e o novo idioma. Porém, com a chegada de novos patrícios, a Colônia de Porto Príncipe, no Vale do Rio Itajaí, em Santa Catarina onde residiam e trabalhavam, ganhava maiores semelhanças com a querida Itália, agora distante.

Apaixonou-se por RoSa MerisiO, uma imigrante italiana, filha de Giuseppe Merisio e Agatha Brassoli, nascida em 15/04/1869, na Comune di Vailate, Provincia di Cremona, Regione della Lombardia, Italia e residente na Colônia de Águas Negras, no Vale do Rio Itajaí, em Santa Catarina. Casaram-se na Matriz de São Luiz Gonzaga, em Brusque, no dia 25 /10/1885, na presença das testemunhas Joane Libardi e Pedro Meyer, abençoados pelo cura Pe. João Fritzen.

Giuseppe Merisio (12/12/1841) era natural da Comuna di Misano di Gera d’Adda, Provincia de Bergamo, filho de Francesco Merisio e Rosa Cavalli e foi batizado no mesmo dia na igreja de San Lorenzo Martire. Casou-se com Agata Brasioli, filha de Domenico Brasioli e Antonia Uberti. O casamento de Giuseppe Merisio e Agata Brasioli foi realizado no dia 20/01/1863, na igreja de San Vittore in Agnadello, diocese de Cremona, perante as testemunhas Daniele Negrini e Ignazio Ferrari.

Os dois primeiros filhos do casal, Agatha (Águeda) e Giuseppe (José - Pim), nasceram em Porto Franco, hoje Botuverá, e foram batizados em homenagem aos avos maternos. Com a queda da monarquia e a libertação dos escravos, a lavoura cafeeira nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, passou a contar com o braço forte do imigrante italiano. Com isso novas colônias eram criadas nesses estados. Acompanhando seu pai, resolveu migrar para a Colônia do Piagüi, no município de Guaratinguetá.

Embarcaram num vapor até o porto do Rio de Janeiro e de lá seguiram por terra. Durante a viagem, sua esposa engravidou de sua filha Leonilda (Nilda), que nasceu na Colônia de Porto Real. Nesta mesma colônia, em 21/06/1889, faleceu sua mãe Leonilda Pesca.

Continuando a viagem, nasceu mais um filho Francisco (Quim), no município de Cachoeira Paulista, onde se estabeleceram por algum tempo.

Enfim no dia 4 de outubro de 1892 entraram na hospedaria dos imigrantes em Guaratinguetá e no dia 8 de outubro de 1892 estabeleceu-se no Núcleo da Colônia do Piaguhy, como lavrador, ANTONIO registrando sua mulher, os quatro filhos e a irmã Maria Virgínia, como seus dependentes e tomou posse do lote 46 (com casa), cuja data para entrega provisória do título de propriedade foi marcada para 19 de março de 1893. Com muito orgulho em possuir uma propriedade e muita confiança num futuro, a família de ANTONIO crescia com a chegada das filhas Maria (Marim) e Tereza. Em 23/03/1896, falecia sua filha Tereza e exatamente um ano após seu nascimento, nascia outra filha à qual também passou a se chamar Tereza. Ainda tiveram os filhos Annunciata (Nunciadim), Alexandre e Ernesto.

É curiosa a forma como se tratavam, e que atravessou gerações, devido ao diminutivo dos nomes em italiano: Giuseppe/Giuseppino/Pim, Francesco/Francesquino/Quim, etc.

Possuidor de um caráter íntegro e grande experiência de vida, ANTONIO era merecedor de grande credibilidade entre os membros da família. Sua opinião era sempre solicitada e seus conselhos eram ouvidos pelos irmãos e sobrinhos, até mesmo na escolha dos casamentos entre conterrâneos. Sua assinatura rudimentar se faz presente na maioria das certidões de casamento, atestados de naturalidade, consanguinidade, maioridade, óbitos, sem contar num infindável apadrinhamento. ANTONIO e seus irmãos plantavam a cana-de-açúcar na Colônia do Piaguí e no porto do mesmo rio, embarcavam a produção em barcaças até o Engenho Central, em Lorena, para a produção de açúcar. Com o dinheiro que conseguiu juntar e mais a parte de um empréstimo do "Seu" Caetano Caltabiano, comprou 180 alqueires de terra da família Camargo, localizadas no Bairro do Rio Acima (Capituba). Ali construiu uma casa com 11 cômodos, de pau a pique, forrada com taquara trançada e caiada, um luxo para poucos daquela época. Geminada a casa havia um depósito e uma roda d’água. Nestas terras tocava com os filhos Francisco (Quim), Alexandre e Ernesto as lavouras de cana-de-açúcar, para alimentar seu engenho e produzir açúcar e aguardente; mandioca, para a feitura de farinha e café. A pecuária bovina, suína e hortaliças eram para sua própria subsistência. Com muita dificuldade em saldar suas dívidas, vendeu suas terras a outro imigrante italiano de Cremona, Cesare Zangrandi, por 70 contos de réis, que tomou posse no dia 2 de agosto de 1921, hoje dividida entre os herdeiros. Foi trabalhar nas terras de Vicente Navarro, que posteriormente em pagamento de dívidas, passou a ser do "Seu" Caetano, conhecido como Fazendão de Baixo, estabelecendo-se no bairro da Pedrinha, arrendando uma parte de terras do "Seu" Caetano, para o plantio de milho e cana-de-açúcar. ANTONIO gostava muito de dançar e era comum nas festas e recepções em que participava abrirem os bailes com os casais mais velhos ou anfitriões, para a dança da polca. Roza contraiu o Mal de Parkinson e passou a depender de muitos cuidados por dezessete anos. A doença fazia com que tremesse dia e noite, sentada numa cadeira. Contam seus netos que, ANTONIO adaptou um pequeno pedaço de madeira para que ela apoiasse os pés, que de tanto tremerem, acabaram por gastá-la. Teve os constantes cuidados de sua filha Tereza, mas sempre se mostrou alegre e resignada com a sua situação. Nunca reclamava de nada e sempre alegre participava, com o marido e filhos, dos acontecimentos e festas do bairro. Em 1932, estourou a Revolução Constitucionalista. ANTONIO teve sua propriedade invadida: os lençóis, colchas e toalhas eram rasgados e transformados em ataduras para os soldados; as montarias roubadas, a despensa saqueada e muitos animais mortos para alimentarem as tropas. Muito contrariado, este fato agravou sua saúde, provocando-lhe um infarto, vindo a falecer. Sua esposa que sofria de mal de Parkinson, foi morar com sua filha Annunciata e José Benedito Darrigo (Zeca), no bairro da Pedrinha, onde possuíam uma residência e um armazém. No ano seguinte foi morar com sua outra filha Águeda e Alfredo Eleutério de Oliveira, que zelavam pela Caixa D’Água Municipal.

ANTONIO e ROSA estão sepultados no Cemitério Municipal do Pedregulho, num túmulo mantido até os dias de hoje pelos descendentes de sua filha Annunciata.

AGATHA (AGUEDA)

Sua primogênita casou-se com Alfredo Eleutério de Oliveira, natural de Ribeirão Preto, e tiveram sete filhos: Rosa (falecida ainda criança), Maria (Mariquinha), João (Ginho Caixa D’Água), Henrique (Caixa D’Água), Rosa (Zazá), José (Juca Caixa D’Água) e Antônio (Nenê Caixa D’Água). Trabalhavam como zeladores da Caixa D’Água Municipal, motivo pelo qual seus filhos foram apelidados. Com a morte de seu pai, levou sua mãe para morar com ela, até seu falecimento em 1934. Quando sua filha Rosa (Zazá) se casou, seu primo e marido Roque Marcelino, foram trabalhar e morar em Itaquaquecetuba - SP, onde faleceu e foi sepultada.

GIUSEPPE (JOSÉ – PIM)

Seu primogênito Giuseppe (José), carinhosamente tratado por Pim, foi batizado no dia 09/04/1888 pelo Cura Pe. João Fritzen e seu padrinho eram Luigi e Rosa Demarchi. Casou-se com a catarinense Mathilde Geroldi, cuja família era natural de OFFANENGO, comuna de SALVIROLA, província de CREMA, região da LOMBARDIA e embarcou no porto de GENOVA em 01/02/1877, no vapor SUD AMÉRICA. Aportaram no Rio de Janeiro em 02/03/1877 Carlo Giroldi (41 anos), Angela Maria Giroldi (11 anos), Giovanni Battista (6 anos) e Rosa Giroldi (9 meses).

Mathilde era filha natural de Angela Maria Giroldi e de Augusto Klapoth, imigrante alemão e residente em Brusque - SC.

Do matrimônio com Mathilde (Tile) nasceram dez filhos: José (Juca), Maria dos Anjos, Antônio (Tonico), Elvira (Vivi), Armando (Nenê), Rosa (Nina), João, Benedito (Dindo), Wilson (falecido aos dois anos) e Warley.

Com a venda das terras de seu pai, Pim adquiriu uma chácara no bairro próximo ao Matadouro Municipal, conhecido como Charque. Trabalhou na Despensa dos Operários da Teci Guará Ltda. Vendeu a chácara do Charque e comprou uma residência na Rua José Bonifácio, 183 (Rua Nova) no centro da cidade. Pim também foi tutor dos filhos do segundo casamento de PAOLO: Carlos (Carlim) Pedro (Pirim) e Leonilda (Nerdina).

LEONILDA (NILDA)

Casou-se com José Caetano de Souza, natural de Macaé (RJ) e morou na esquina da Rua Padre Inácio com a Praça Piratininga, no Campo do Galvão. Depois se mudou para o Bairro do Vasco da Gama, onde “Zé de Souza” trabalhava na Fábrica de Tecidos Azulay. Tiveram sete filhos: Guilherme, Mariana, Jacy, Oswaldo (Vado), Nelson e Rosa.

FRANCISCO (QUIM)

Assim como todos os seus irmãos, Francisco, apelidado por Quim, trabalhava nas terras da Capituba. Casou-se com Carmen Tirelli e tiveram treze filhos: Bento, Mathilde, Irma, Floriza, Francisco, Bento, Flávio, Antônio, Rosa, Francisco (Chico), Antonia, José (Zito) e Flávio. Natale Tirello, pai de Carmen, era natural da comuna de Padova, província de Mantova, região da Lombardia e registrou-se na Colônia do Piagui, juntamente com ANTONIO.

Mudou-se para o sítio de seu filho Francisco (Chico) em Passa Vinte, zona rural de Cruzeiro e lá ficou até sua morte.

MARIA (MARIM)

Casou-se com Jayme Alexis Perrenoud e tiveram seis filhos: Antônio (falecido aos 7 dias), Ulysses, Antônio, Moacyr, Aurora (Lóla) e Jayme (Jaiminho). A família Perrenoud é natural da Suíça. Entre as jóias arquitetônicas do ciclo do café em Guaratinguetá, está a Fazenda Neuchatel, erguida à margem do Ribeirão das Pedras, no bairro Pedrinhas. Datada de 1875, deve seu nome, estilo arquitetônico e construção a Ulisses Alexis Perrenoud, de família suíça, originária da cidade medieval e universitária de Neuchatel. A casa da fazenda é uma réplica da casa da família em Neuchatel, no Cantão Suíço do mesmo nome.

Possui a sede uma característica única na região valeparaibana: a roda d’água de cinco metros de altura funciona no interior da residência, com água da serra da Mantiqueira vinda por aqueduto, obra em pedra de grande beleza arquitetônica.

O construtor, Ulisses Perrenoud, filho do casal Werther e Philippine Perrenoud, casou-se em Guaratinguetá no ano de 1870 com Mariana Francelina de Melo, filha do Comendador Manoel Lourenço da Silva Melo e de Maria Gertrudes do Nascimento. A noiva era neta paterna do último Capitão-mor de Guaratinguetá, Coronel Manuel José de Melo, Senhor de Engenho, com terras vizinhas à Neuchatel. O casamento foi noticiado pelo jornal O Parahyba de 02 de julho de 1870, que nos relata “ter havido grande festa com banquete, baile e ricas toilettes, sendo padrinhos do casal o Visconde de Guaratinguetá e o Comendador João Galvão de França Costa”.

Ao falecer em 1808, Ulisses Perrenoud, deixou a viúva Mariana Francelina e doze filhos: Georgeta, Ulisses, Aurora, Emiliana, Jaime, Alice, Arnaldo, Gilberto, Olga, Cecília, George e Ademar. O inventário da fazenda registra 198,5 alqueires demarcados em campos e capoeiras, com 15 mil pés de café avaliados em “um conto e quinhentos mil réis”. A casa do “sobrado da fazenda, toda forrada e assoalhada” foi avaliada em dois contos e quinhentos (hoje 250 mil reais). O maquinário de beneficiar o café - descascador, ventilador e abanador, movidos pela roda d’água, tiveram a avaliação de dois contos de réis. Havia ainda 14 juntas de bois e seus carros, gado e casas na cidade. Em resumo, assim concluiu-se o inventário de Ulisses Alexis Perrenoud:

montemor – 17:000$000

dívidas passivas – 14:000$000

meação – 1:990$000.

Registra ainda que William Oscar Perrenoud comprou a parte dos herdeiros.

Em 1924, no inventário da viúva Mariana Francelina, já não havia registro da Neuchatel. Era esta a época em que o café, em decadência na região, dava lugar à pecuária leiteira, trazida por fazendeiros das Minas Gerais que passaram a adquirir e se estabelecer nas terras da região.

Na década de 1970, a Neuchatel era propriedade da família Costa Manso, mineira, que ali vivia com produção de leite, milho, feijão, hortaliças, farinha e fubá de milho, moído em moinho, ainda existente próximo à sede. A família era devota dos santos juninos, atestados pelo grande mastro erguido ao lado da sede, com as efígies de Santo Antônio, São João e São Pedro.

No ano de 1973, a sede e o aqueduto foram registrados, em desenho a bico-de-pena, por Tom Maia para o álbum de arte “Vale do Paraíba - Velhas Fazendas”. A partir dessa data a propriedade foi dividida, passou para outros proprietários e a sede foi abandonada.

TERESA

Falecida com seis meses de idade.

TERESA

Por ter nascido exatamente um ano após sua irmã, Tereza recebeu o mesmo nome. Cuidou de sua mãe ROSA durante sua enfermidade e depois que ela faleceu foi morar com a irmã Annunciata. Faleceu solteira.

ANNUNCIATA

Casou com José (Zeca) Benedito Darrigo filho de Giovanni D’Arrigo (03/12/1858 - Monreale) e Filomena Caltabiano (04/12/1864 - Sapri), irmã de Caetano (Gaetano) Caltabiano.

Giovanni Caltabiano, pai do Caetano Caltabiano, veio para o Brasil e depois de estabelecido, chamou o resto da família. A família D'Arrigo é natural de Monreale, província de Palermo, região da Sicília. Embarcaram no vapor Duchessa di Genova e vieram com as filhas Maria Grazia (5), Lucia (3) e Giuseppina (1), desembracando em Santos – SP, no dia 01/11/1888.

Annunciata foi morar com seu marido no Fazendão de Baixo do Caetano Caltabiano onde Zeca Darrigo trabalhava como feitor de café. Com o falecimento de seu pai ANTONIO, Annunciata veio com a família para a cidade morar na Rua Comendador Rodrigues Alves (Rua do Porto) e Zeca foi Trabalhar no Lanifício Cappio. Annunciata trouxe sua mãe e a irmã TERESA para morarem com eles e depois de algum tempo sua irmã AGATHA levou-as para morar com ela. Após o falecimento de Rosa, Zeca Darrigo recebeu um convite do seu tio Caetano Caltabiano para retornar ao Bairro da Pedrinha e colocar uma venda no bairro. Foram morar no Fazendão de Cima do Caetano Caltabiano onde Zeca Darrigo cuidava do gado de seu tio, tocava lavoura de cana e cuidava do armazém. O engenho de açúcar moía cinco carros de boi de cana por dia produzindo dez sacas de açúcar rapadura diariamente. Além disso, seus filhos João (Juju) e Antônio (Nini) eram carreiros e puxavam carvão e dormentes para a estrada de ferro. Com a ida de Homero Coutinho, genro do Caetano Caltabiano casado com Santinha Caltabiano para a o Fazendão de Cima, Annunciata e Zeca mudaram-se com os filhos para sua residência construída ao lado da Igreja de N. Senhora da Piedade, na praça central do bairro. Com o advento da II Guerra e a maioridade dos filhos, em 1941, Zeca Darrigo vendeu suas propriedades e veio trabalhar na Estação Ferroviária com seu irmão Benedito (Dito) Darrigo. Compraram uma casa na Rua Padre Inácio e posteriormente na Rua Álvares Cabral, ambas no Campo do Galvão. Trabalhou com seus genros no armazém Cavalca & Cavalca, na Avenida João Pessoa, na Farmácia com seu sobrinho Dionísio (Disinho) Darrigo e por fim no armazém do seu genro Waldemar, no Campo do Galvão. Seus filhos: João (Juju), Antônio (Nini), Luzia (Zizi) nasceram no Bairro do Rio Acima (Capituba) e foram apelidados por uma professora que lecionava no Bairro da Pedrinha. Sua filha caçula Terezinha nasceu na casa do Bairro da Pedrinha.

 

JUJU – solteiro por convicção era um exímio violonista e tocava em inúmeras reuniões com seu amigos e serestas por eles organizadas. Com a vinda da família para a cidade trabalhou como funcionário público municipal até se aposentar. Como era solteiro morou com os pais até o fim da vida deles.

NINI - Em 1939 houve uma partida de futebol com jogadores do bairro, onde venceram por quatro a zero o time da Fábrica de Pólvora do Deputado André Broca Filho, que era dono do time. Nini sobressaiu-se na partida e encantou Broca Filho que o convidou para trabalhar na fábrica e jogar no seu time, ganhando 300 réis mensais. Depois Nini foi convidado pelo Nhô Caltabiano para jogar como lateral direito no time do Teci Guará, ganhando 400 réis mensais. Contratado pelos gerentes da Teci Guará Sr. Luigi Cappio e Ernesto Schauvliege, trabalhou durante nove anos como encarregado da Cooperativa de Consumo dos Industriários da Teci Guará Ltda. Seu Ernesto Schauvliege comprou uma casa para Nini como prêmio de sua administração frente à Cooperativa. Em 1950 Nini entrou na sociedade o armazém Cavalca & Cavalca, com o cunhado Waldemar Antunes Vasconcelos, no lugar de outro cunhado Tavinho. Com a volta do mesmo, conseguiu um empréstimo de cem contos de réis abriu uma loja no Bairro do Pedregulho. Com a falência da loja mudou-se para Pindamonhangaba e passou a trabalhar como representante comercial da Rede Zacharias de Pneus até se aposentar.

WALDEMAR -

ALEXANDRE

Casou-se com Maria Frattari (Mariquinha), cujo sobrenome era de sua mãe, pois o sobrenome de seu pai, Nazzareno Chiarelli, ficou envolvido ilegalmente na Argentina, de onde procediam. Tiveram os filhos: Antônio (Nino), José (Zeca), Benedito, falecido com 30 dias, Maria Aparecida (Cida), Josephina (Rosinha), e os gêmeos Alexandre (Dico) e Benedito (falecido com seis meses de idade).

Alexandre era carreiro da fazenda de seu pai no Bairro da Capituba, isto é, fazia o transporte de lenha para a cidade, junto com seu filho mais velho Nino. Quando seu filho Nino adquiriu a Síndrome do Pânico, mudaram-se para a Rua Dr. Castro Santos, 219, no Campo do Galvão. Depois se mudaram para a Praça Piratininga, no mesmo bairro, onde Mariquinha vendia bananas e montava seu famoso presépio para as novenas de Natal da vizinhança, por quase 50 anos. Trabalhou no Lanifício Cappio, também com seu filho Nino, na Fábrica de Sabão no Matadouro, de propriedade de Cristóvão Galvão Cesar e na Destilaria Guará de propriedade do Manoel (Neco) Galvão Cesar, no Campo do Galvão ajudando a engarrafar o Guaraná Cadete. Alexandre e seu filho José (Zeca) eram apaixonados por passarinhos e sua criação empreendia uma horta só par alimentá-los.

ERNESTO

Casou-se com a professora Maria Alice de Oliveira, natural de Lorena, descendente do Major Oliveira Borges - Visconde de Guaratinguetá e tiveram duas filhas: Apparecida (Lucy) e Laís.

Tia Alice lecionava no Bairro da Pedrinha e alfabetizou a grande maioria das crianças da família.

Ernesto tinha lavoura e criação de animais para subsistência vivendo dos vencimentos de sua esposa. Era o único que possuía um automóvel Chevrolet quatro cilindros e transportava a todos nas suas necessidades. Morreu de tifo aos 50 anos na casa de seu irmão Alexandre, na Rua Dr. Castro Santos.

 

São pitorescas as histórias que contam: João, filho do Pim, levava de lanche 2 litros de leite um em cada bornazinho (embornal) e uma marmita de virado de feijão, Juju gostava de amarrar as sais das mulheres com alfinete de gancho, para que ficassem enganchadas uma às outras, Terezinha não gostava de estudar e fugia diversas vezes da aula, etc.